Repórter Obrigatório

Cap Skiring (Senegal) – Bissau (Guiné – Bissau)

 
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Hoje acordei e despertei... Última etapa da aventura Guiné Tour 2011. Um conjunto de sentimentos desarrumados impediam-me a perceptibilidade do que estava realmente a sentir.

Alguma ansiedade pelo anúncio do fim de uma longa calcorreada conflituava com a emoção e a satisfação de estarmos a poucas horas do nosso destino final, Guiné-Bissau... Aliás, esta desordem de antagonismos acompanhar-me-ia até ao meu regresso a Lisboa, via aérea.

Deixámos Cap Skiring por boas estradas senegalesas... As pistas percorridas no último dia de aventura foram sempre uma opção voluntária do staff para temperar a etapa...

Os poucos km off road valeram bem a pena, motociclista e paisagisticamente falando. Mas o primeiro way point foi a carrinha da MotoXplorers paralisada em Ziguinchor, a cerca de 60 km de Cap Skiring.

Depressa todos nos apercebemos que não seria fácil chegar a Bissau pelos seus próprios meios. O Carlos ficou para trás a solucionar a questão enquanto que as motas prosseguiram viagem, desta vez quase sempre em grupo...

A região sul do Senegal revela-se mais arranjadinha do que a região norte, ou mesmo da Gâmbia. Quase que me atrevia a falar de alguma organização das coisas em geral... quase... A paisagem, essa, continua a surpreender...

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Agora as palmeiras dominam a paisagem sobretudo nas descontinuidades de floresta junto aos cursos de água, onde os mangais predominam. Aqui e ali, algumas vacas ou cabras e de quando em vez algum animal exótico ou pouco comum. Muito esquivos e tímidos... Pelo contrário as crianças, sobretudo as crianças, continuam a fazer uma festa à nossa passagem. Só no Senegal contei pelo menos umas 3.421 crianças que agitaram as mão em sinal de adeus... sempre a sorrir...

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Num instante chegámos à fronteira do Senegal com a Guiné-Bissau. Do lado Senegalês as formalidades foram relativamente céleres e pela primeira vez ouvimos alguns locais a falar português. Mesmo não sendo inesperado é surpreendente... Na verdade, a Guiné-Bissau foi uma colónia de Portugal desde o século XV até proclamar unilateralmente a sua independência em 1973. A população da Guiné-Bissau é constituída por mais de 20 etnias, com línguas, estruturas sociais e costumes distintos. Apesar da língua portuguesa ser a língua oficial, as línguas mais faladas são o fula e o mandinga, sendo o crioulo a língua veicular interétnica. Assim, é normal encontrar cidadãos bissau-guineenses com dificuldades na oralidade da língua portuguesa, sobretudo fora da capital, Bissau.

Mas o melhor estaria para vir... Já do lado guineense, enquanto tratávamos das formalidades, fomos surpreendidos pela coincidente presença de um elevado número de representantes governamentais e outras autoridades políticas. Entre ministros, governadores e outros representantes, as personalidades eram inúmeras. Com facilidade também as sumidades se aperceberam da presença do nosso grupo de portugueses motociclistas... damos sempre nas vistas...

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Sem me aperceber muito bem de como tudo se passou (estava por ali na tagarelice com alguns locais), encetámos os cumprimentos protocolares ao nível de autênticos e oficiais representantes nacionais.

Todos em filinha, como nos jogos de futebol, a trocar apertos de mão, apresentações e alguns comentários ocasionais...

Subitamente, a meia distância entre o Equador e o Trópico de Câncer, sob a influência de um característico clima tropical, quente e húmido... e acreditem que estava mesmo muito calor... quase 40 graus... senti um calafrio... De onde viria aquela sensação de frio interior por todo o corpo, acompanhado de um leve tremor?... Que desordem emocional...

Depois de sair do Senegal, país que amei, estreava-me numa nação, Guiné-Bissau, que para além de anunciar paisagens igualmente extraordinárias, é hoje um estado irmão... onde, cumulativamente ao temperamento acolhedor, muitos falam português. Até onde iria a herança dos portugueses colonizadores? Até que nível ainda subsistem saudades dos ex-colonizados pelos descendentes dos antigos dominadores?...

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De novo na estrada e a um ritmo lento, de como alguém que espreme a laranja até à última gota, estávamos de novo a caminho de Bissau. Boas estradas... bela paisagem, grande recepção da população, sobretudo dos jovens... Almoço em Ingoré. De forma não totalmente inesperada surge o tópico de futuras viagens. O regresso ao Senegal e a Guiné-Bissau granjeia apoiantes com muita espontaneidade, matéria que estabelecerá motivo de publicação de um post específico, em breve...

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Apesar de tentarmos retardar a chegada a Bissau, com inúmeras paragens para algumas fotografias e conversas com os bissau-guineenses, depressa nos acercámos da capital, Bissau... não sem antes transpormos os rios Cachéu e Mansôa, com a particularidade de possuírem estruturas de cobrança pela utilização das pontes...

Não deixa de ser estranho tal apetrechamento numa das nações menos desenvolvida do globo e entre as 20 mais pobres do mundo.

A entrada em Bissau divulgou uma cidade em reconstrução, lenta... muito lenta... As construções novas são raras e intercalam edificações deixadas pelos antigos colonizadores, quase sempre sentenciadas ao abandono ou num estado muito deteriorado.

Encostadas a estas estruturas, numerosas barracas de madeira e chapas de metal completam o enquadramento. Porém, a população que alegra as ruas e avenidas da urbe são simpáticas e afáveis. Os cumprimentos, acenos de mãos, sinais de luzes em sinal de saudação e as anuências às ultrapassagens, multiplicam-se... Somos bem recebidos, sem dúvida.

Check in na Residencial Coimbra, seguido de jantar no restaurante com o mesmo nome e cafézinho na esplanada do hotel Kalliste. O tema das conversas foi sempre dominado pela nostalgia de termos chegado ao fim, mas satisfeitos por tudo ter corrido bem. Entretanto já o Carlos tinha chegado depois da carrinha da MotoXplorers ter sido rebocada à corda desde o Senegal. Grande aventura essa, sobretudo a entrada em Bissau em hora de ponta...

 
 
 
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Comentários (2)

2/2/2017 20:07:46
I3DESRI9
Pour les symptômes de la GRIPPE A il faut savoir que les problèmes respiratoires arrivent en général au bout de 3 jours sinon ce sont les mêmes symptômes que pour une grippe sa#n;snière.J&i8217oai également entendu parler que le rhume était plus présent chez certaines personnes dans les DOM-TOM.
 
28/6/2016 08:56:26
8TYCPPUW
stephanie September 25, 2012 You have an amazing ablity to share your story with ot;hsr–hteank you. The delivery of your message is profound and will stay with me for a long time. I cannot believe you have been doing this for so long, and I have never exprienced your session. I need to remember you for future assignments. Thank you for what you do.
 

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