Destino Alasca

Terça-feira: David - San Isidro de El General (CR)

24.05.2011

 
Antes de mais nada um dado 'estatístico' desse trecho de viagem: entre David e a fronteira enfrentamos a temperatura mais alta até agora: 37 graus! Isso é quente!!!

Nosso plano nesse dia era atravessar a fronteira e chegar a San Jose, capital da Costa Rica. Acabamos saindo tarde de David (10h40) e meia hora depois surgiu o primeiro imprevisto: na saída do Panamá o funcionário da Aduana constatou que lá no aeroporto haviam digitado o número da placa da moto errado. Fiquei tão preocupado em revisar as datas de entrada e validade naquele momento que esqueci dos demais dados!

Isso nos custou uma boa hora de funcionamento das engrenagens burocráticas panamenhas, mas no fim fomos liberados. Um comentário adicional: do jeito que fizemos a passagem pelo Panamá é barata (só foi cobrada uma taxa de saída de US$ 1,00 por pessoa) e os procedimentos são simples e tranquilos. Porém se a entrada do barco é por Colón tem que se pagar uma fumigação do veículo e em todas as fronteiras, fora Cartí/aeroporto, é exigido que se faça seguro de responsabilidade civil.

A entrada na Costa Rica é um pouco mais trabalhosa: a imigração é muito tranquila, mas como sempre a importação temporária da moto é que dá trabalho. É preciso fazer seguro (US$ 16,00) e o pedido de cópias foi uma surpresa: tínhamos nosso estoque de cópias de passaporte, CRLV do veículo, carteira de motorista, mas lá pediram cópia de todas as páginas do meu passaporte! Claro que não tínhamos isso e tivemos que morrer com mais US$ 1,70 de cópias.

Valores em dólares americanos? Sim, na Costa Rica dólares e colones (a moeda local) são totalmente intercambiáveis, e em muitos lugares quando vêm que se é turista estrangeiro já dão os preços em dólares. Até mesmo nos caixas automáticos de bancos é possível escolher a moeda ao fazer um saque: dólar ou moeda local. Aliás isso é verdade também na Nicarágua e Honduras.

Para completar a demora meu nome saiu errado na autorização de trânsito e foi necessário fazer uma correção. Ainda bem que dessa vez peguei o erro no ato. Mas descontando a demora no Panamá por causa da placa da moto foi uma passagem tranquila: 1h50m, tempo bom para as fronteiras centro-americanas.

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Parque Cervantes em David  
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Exuberância da vegetação na Costa Rica  
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Trecho com muitos territórios indígenas  
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Sinalização muito boa na Costa Rica  













Fazer câmbio para ter alguns colones no bolso também é fácil: há um guichê de câmbio de um banco ao lado do guichê onde se faz a documentação da moto. O único problema pode ser horário: a funcionária do banco faz uma pausa para almoço. E não esquecer também que aqui o relógio volta mais uma hora em relação ao Panamá.

Completada a burocracia, lá fomos nós para a estrada em direção a San Jose. Por falta de informações mais precisas optamos por seguir pela estrada principal, no caso a Panamericana. Os primeiros 30-40 quilômetros nos deixaram com mais medo ainda de deixá-la: eram bem ruinzinhos.

Dois dias depois ficamos sabendo que a estrada que corre pelo litoral do Pacífico é muito boa, deveríamos ter escolhido esse caminho. A Panamericana melhora bastante depois do trecho inicial, mas é uma estrada de pista simples, que vai serpenteando pelas montanhas da Cordilheira Central, e tem um tráfego bem intenso de caminhões. Impossível andar depressa, e ainda fomos agraciados com um belo aguaceiro que nos pegou num ponto onde era impossível parar. Quando conseguimos parar já estávamos bem molhados, mas mesmo assim vestimos a roupa de chuva.

Foi bom, porque continuou chovendo e só parou pouco antes de chegarmos a um posto onde fizemos um pausa para comer e descansar. Foi nosso primeiro contato com a comida costa-riquenha, que se demonstrou muito saborosa. É interessante que nesses países há restaurantes que oferecem comida em buffet, mas você não faz seu prato: a funcionária do restaurante vai colocando a comida que você pede no prato e no caixa é feito um preço baseado no jeitão do prato - nada de balança.

Algumas coisas que chamaram a atenção nesse trecho: a sinalização das estradas na Costa Rica é bastante boa. Há uma quantidade enorme de rios que a estrada cruza, e ainda mais escolas que rios à beira da estrada. Tínhamos a impressão que a cada 3-4 quilômetros havia uma escola. E, claro, redução de velocidade em cada uma delas. E um fato que poderíamos ter sabido com antecedência foi que dois terços da população da Costa Rica vive nas montanhas, que são bem mais altas do que imagínávamos.

Vestimos novamente a roupa de chuva - e foi uma decisão acertada, pois ainda choveu bastante - e fomos andando, já com a decisão de parar em San Isidro de El General: sabíamos que essa seria a última cidade de porte um pouco maior que conseguiríamos atingir antes de cair a noite.

Achamos um hotel bem razoável à beira da estrada, onde também jantamos uma sopa para completar o almoço comido às 16h00. Eu comi uma sopa de feijão totalmente diferente do que estamos acostumados no Brasil: bem líquida, com alguns feijões inteiros, e mais condimentada (pedaços de pimentão e outros temperos).
 
 
 
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