Quinta-feira: Antigua - Rio Dulce
09.06.2011
E tivemos que nos despedir do hotel que tanto nos agradou, e mesmo essa despedida foi agradável: eles montaram uma mesa para nós uma hora antes do horário normal, permitindo que curtíssemos mais uma vez essa parte do serviço do hotel.
Pusémo-nos a caminho bem mais cedo que em outras ocasiões porque tínhamos receio de demorar muito nessa jornada: textos que lemos na Internet diziam que o trânsito de saída da cidade de Guatemala e os primeiros oitenta quilômetros seriam muito ruins devido ao grande tráfego de caminhões.
Esse problema não enfrentamos: depois de nos perdermos duas vezes dentro da cidade de Guatemala (mas nas duas vezes rapidamente corrigido), caímos na estrada com bem pouco movimento - só no sentido contrário havia muitos caminhões. Mas os problemas foram de outra ordem: nas primeiras horas serra e vilarejos que como sempre baixavam bastante nossa velocidade. E no início da tarde veio o calor: havíamos descido dos 1.500 msnm da cidade de Guatemala para praticamente nível do mar, e a temperatura não parava de subir. Chegou a 39 graus à sombra, e nos derrubou completamente.
Quando chegamos a Rio Dulce imaginávamos (e no dia seguinte confirmamos) que seria possível chegar a El Remate no mesmo dia, mas simplesmente não tínhamos mais forças para passar outras três horas na estrada.
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A Brahma guatemalteca - só vimos aqui |
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Laguna Izabal |
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Castillo de San Felipe |
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Na última hora o vulcão apareceu |
Rio Dulce é uma cidade sui-generis: ela se distribui entre as duas margens do rio, e o centro da cidade se resume a uma bagunça inacreditável ao longo da estrada de um lado do rio, por onde passam desde bicicletas até carretas de seis eixos. E tudo isso ladeado de barraquinhas, ambulantes, pedestres e carros que param no meio da rua para comprar alguma coisa. A gente vem vindo e de repente dá com um daqueles caminhões monstruosos parado: ele está esperando o trânsito abrir para continuar, e não buzina, simplesmente espera.
Mas ao lado (ou ao redor) dessa muvuca doida, há uma quantidade enorme de hotéis desde muquifos até o que poderíamos chamar de 3-4 estrelas. Essa oferta de hotéis é explicada pela Laguna Izabal e o próprio rio Dulce, que oferecem muitas opções de esportes náuticos, inclusive duas ou três marinas cheias de barcos, alguns de grande porte. Dali também é possível ir até Livingstone, no litoral caribenho, e que é um dos destinos destacados pelos guias turísticos.
Procurando economizar - afinal era só um pernoite - ficamos num hotel bem simples à beira do 'centro', que nem Internet tinha. E também voltamos ao padrão colombiano: sem água quente - mas também não havia nenhuma necessidade. Comemos num restaurante agradável à beira da lagoa, voltando depois de algum tempo à nossa dieta de peixe e frutos do mar.
Aliás falando da água, desde a Guatemala percebemos que água quente é um ítem que os hotéis anunciam como diferencial, alguns deles enfatizando que ela está disponível 24 horas por dia. Portanto, que fizer questão disso fique atento!
Conversando com a proprietária do hotel ouvimos dela que o movimento estava fraco porque as pessoas tinham medo do que aconteceu. Perguntamos o que havia acontecido, e ela respondeu de forma um pouco vaga, que tinha acontecido alguma coisa relacionada com o narcotráfico na região de Petén.