Domingo: Huatulco - Oaxaca
19.06.2011
Ao acordarmos vimos os resultados da ventania e ainda chovia. Decidimos que não adiantava continuar ali. Sem a menor pressa preparamos a bagagem e nos vestimos, afinal só tínhamos 280 quilômetros pela frente. Claro que a chuva já havia parado quando estávamos prontos para partir, mas pelo que choveu na viagem acreditamos que a decisão foi acertada.
Partimos e os primeiros trinta quilômetros foram parecidos com os do dia anterior, lentos mas sem maiores dificuldades. Em Pochutla fomos parados por um policial que queria fazer os controles de costume, incluindo revistar nossa bagagem. A moto estava na terra, numa posição que impedia baixar o descanso lateral (ele batia no chão antes de descer completamente) e no fim o policial desistiu da revista. Mas aproveitamos para perguntar sobre o trecho até Oaxaca, e a resposta dele nos assustou: quatro a cinco horas! Para 250 quilômetros??? "Sim, a estrada é na serra e tem problemas de deslizamentos devido à chuva.".
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Viagem muito cansativa... |
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... mas bonita |
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Oaxaca - Restaurantes no Zócalo |
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Oaxaca - Catedral |
Bom, fazer o que? Mais cedo ou mais tarde teríamos que enfrentá-la. Vamos lá. Que viagem! Para os primeiros 127 quilômetros levamos três horas, com uma parada para vestir a roupa de chuva, que não tiramos até chegar em Oaxaca. Além de nos proteger da chuva essa roupa também nos aqueceu: não sabemos que altitude atingimos, mas a temperatura chegou a uns quinze graus, acompanhada da chuva e de neblina.
Nesse primeiro trecho acabamos parando para descansar num comedor fechado, pois não aguentávamos mais de cansaço. O problema é que não era fácil achar lugar para parar: os olhos estavam 100% grudados na estrada, e quando aparecia um desses comedores só o víamos quando já estávamos praticamente em frente a ele e o acesso normalmente envolvia um degrau para sair do asfalto - acostamento, claro, é totalmente inexistente.
Aliás uma sugestão para quem pretende viajar aos domingos no México: leve seu lanche! A maioria dos comedores e restaurantes ao longo da estrada estava fechada, inclusive nos postos de gasolina. Por outro lado acreditamos que viajar no domingo tenha tornado a viagem um pouco menos horrível: não queremos nem imaginar como seria essa jornada se ainda tivéssemos que dividir a estrada com trânsito comercial.
Depois de quatro horas e vinte minutos saímos da serra - foi uma delícia descer a última ladeira vendo o vale lá embaixo, e imaginamos que os 90 quilômetros faltantes seriam um passeio. Bem, comparado com os 185 anteriores pode-se dizer isso, mas ainda foram muito chatos: obras em trechos longos, topes para todos os gostos e travessia de cidades que reduziam muito a velocidade. Levamos mais duas horas para esse trecho.
Chegamos a Oaxaca totalmente esgotados, depois de um total de seis horas e cinquenta minutos para rodar 280 quilômetros.