Terça-feira: Oaxaca - Oaxtepec
21.06.2011
Estávamos em dúvida sobre ficar mais um dia em Oaxaca, mas de forma análoga a Huatulco optamos por seguir viagem: com a famosa chuva vespertina os dias rendiam muito pouco do ponto de vista turístico, e estamos com um pouco de pressa para chegar aos EUA: temos que confessar um certo cansaço com a América Latina, e não podemos atrasar muito nossa chegada ao Alasca.
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Tudo que pedimos foi omelete |
Começamos o dia com um café da manhã num restaurante perto do hotel, e para não perder o costume fomos mais uma vez surpreendidos pelo que recebemos. O cardápio dava opções separadas para suco, café, torradas e assim por diante. Pedimos um omelete esperando que viesse simplesmente isso. Vejam o que aterrisou na nossa mesa.
E havíamos pedido três torradas para comer com manteiga e marmelada, sem saber que com o omelete viriam dois pães do tamanho de um pão de hamburger, mas mais 'cascudos' - não chegavam a ser pães franceses mas tinham uma casquinha boa.
Obviamente não dava para comer tudo aquilo, e a Beth aproveitou a salada e a manteiga para fazer sanduíches para a viagem. Qual não foi a surpresa quando o garçon não só ofereceu saquinhos plásticos como ajudou a embalar os sanduíches neles. Muito legal!
Dessa vez não quisemos nem saber da carretera libre (sem pedágio). Fizemos questão de pegar a carretera cuota, que é como chamam aqui as rodovias pedagiadas. Não pensem que estamos falando de estradas de pista dupla como a maioria das pedagiadas no estado de São Paulo. As rodovias com pedágio daqui são simplesmente estradas melhor conservadas, que não passam por pueblos nem cidades, de modo que se pode andar bem mais depressa. E é mais depressa mesmo: numa libre você tem que contar com uma duração de viagem de duas a três vezes maior que numa cuota.
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Começam os cactos |
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Beleza, uma serra rápida |
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O relevo ficou bem mais plano |
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Nuvens e montanhas se atraem |
E como se diz que tempo é dinheiro, essas rodovias confirmam isso em gênero, número e grau: foram US$ 30,00 para andar 500 quilômetros - é menos que nas estradas paulistas, mas também não estamos falando do mesmo padrão de estrada. E fica particularmente caro para a moto porque tudo que tem dois eixos paga a mesma coisa: desde a van de turismo de duas toneladas até a moto de 400 quilos todos pagam o mesmo:o valor para dois eixos!
Agora, achar o caminho nas estradas mexicanas não é muito fácil: a gente chega numa bifurcação ou saída, e há duas placas, cada uma apontando para uma das opções com o nome da cidade a que leva aquele ramo de estrada. Se você não tem um mapa para consultar ou uma lista ultra detalhada das cidades ao longo da estrada, é muito provável encontrar situações dessas em que não conhece nenhum dos dois nomes. E aí é que vem a confusão: nas duas placas consta o número da estrada em que se está trafegando: eles colocam o número da estrada não somente nela mas também nas saídas dela. E agora, como decidir para que lado ir? É meio complicado!
Bem, a viagem rendeu o esperado graças à rodovia pedagiada, apesar de mesmo pagando termos que parar algumas vezes em obras que tornavam a estrada de faixa única, com reversão. Acabamos fazendo uma bobagem nesse dia: ao chegar a Puebla vimos que conseguiríamos facilmente chegar à cidade do México no mesmo dia. Abrimos o micro onde havia informações para chegar ao hotel e as páginas de navegador que havíamos guardado haviam desaparecido. Na hora decidimos abortar essa idéia para não entrar na cidade no fim da tarde sem saber para onde ir.
Depois ficamos pensando que poderíamos muito bem ter ido e pago um taxi para nos levar ao hotel - ainda seria muito mais barato que pagar uma noite de pura espera. Mas enfim, não fizemos isso e acabamos num hotel bastante agradável em Oaxtepec, que escolhemos por total acaso - simplesmente vimos o hotel e decidimos parar.
O hotel tinha restaurante e acabamos comendo ali mesmo, para mais uma vez fazer uma constatação curiosa sobre a comida mexicana: primeiramente, temos que dizer que no geral comemos muito bem, com pouquíssimas situações de comida apimentada - normalmente o molho apimentado vem à parte, e fica a cargo de cada um temperar sua comida. Uma das exceções foi o frango apimentado que comemos no café da manhã em San Cristobal de las Casas. Comida salgada já é estranho no desjejum, mas apimentada é definitivamente demais.
Por outro lado, se você pede um grelhado - seja peixe, carne ou frango - o infeliz vem sem tempero mesmo! Nem sal eles colocam em quantidade satisfatória. Aparentemente o raciocínio é que se vai temperar o prato com os molhos que sempre aparecem sobre a mesa, e portanto não há porque temperar a carne. Muito estranho, se coloco molho o prato vira uma fogueira, se não coloco não tem gosto de nada!