Quarta-feira: Vancouver / Whistler
20.07.2011
Esse foi um dia ainda mais especial. Reencontramos Renato e Edson, de Santa Maria/RS, que já havíamos encontrado na Costa Rica rumando para o norte. Eles já estavam voltando do Alasca, rumo aos Estados Unidos. Renato havia dito por email que chegariam lá pelas 11h00, e ficamos esperando.
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Whistler: o estreito de Georgia, que a estrada margeia |
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Whistler: montanhas e mar se alternam |
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estrada bonita com moldura mais bonita ainda |
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monumento a Garibaldi |
Depois de muito papo fomos a Whistler, cidade mais direcionada para esporte de inverno, mas que oferece também atividades no verão, principalmente caminhadas, pedaladas, pesca, esportes náuticos e alguma atividade ainda aproveitando as geleiras no topo das montanhas. Fica a 120 km de distância e o caminho por si só já oferece muito o que se ver: cachoeiras, lagos, montanhas íngremes ainda com o topo nevado, escarpas e muito verde das várias e diferentes árvores. No início a estrada acompanha o braço de mar, com muitas ilhas e enseadas. E por isso a estrada é conhecida como Sea to Sky Highway, Rodovia do Mar para o Céu.
Uma curiosidade desse trecho foi encontrarmos, à beira da estrada, um monumento a Giuseppe Garibaldi. Depois do monumento constatamos que há montanha, rio, parque, rua e não sabemos mais o que com o nome Garibaldi. Voltando ao hotel fomos pesquisar, e descobrimos que ele nunca esteve no Canadá: tudo isso é consequência de uma homenagem proposta por um militar canadense, que batizou a montanha. O resto veio 'no vácuo'.
Paramos para ver de perto Brandywine Falls: caminhando 500m do estacionamento entre árvores, escuta-se o barulho das cachoeira, formada pelas águas do rio Cheakamus. O mirante fica no topo de um desfiladeiro em cujo início cai a catarata de 70 metros de altura. Mais para a frente o rio deságua num lago de águas esverdeadas e limpas, o Daisy Lake.
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Rio Cheakamus, acima da cachoeira |
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cachoeira Brandywine |
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Que tipo de cataclisma causa isso? |
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A neve aparece nas montanhas mais altas |
Dali fomos até a Vila de Whistler (Whistler VIllage): um grandioso complexo turístico, com muitos hotéis e prédios baixos de apartamentos de aluguel, restaurantes, lojas diversas a pouco mais de 600 metros de altitude. No fundo um lugar bonito mas sem personalidade.
Como é verão o tema muda de esqui para mountain bike: o local é a sede oficial desse esporte na região, e a cidade estava cheia. Estava sendo realizado um festival, com pistas bem variadas, passando entre as árvores, com subidas, descidas, curvas. Há diversos níveis começando com o novato indo até o mais experiente e com mais habilidades.
As montanhas Whistler e Blackcomb, a mais de 2.400m de altura, são as vedetes do lugar e para se chegar ao topo há teleféricos com gôndolas. Um deles até estava funcionando, mas devido ao avançado da hora e ao tempo encoberto nem tentamos subir, pois achávamos que pouco veríamos lá de cima. Mas com o tempo mais aberto a paisagem deve ser linda.
Demos uma circulada pela cidade com a motos - novamente só é possível estacionar pagando - e voltamos para Vancouver. O tempo apesar de encoberto conservou a temperatura entre 15 e 17 graus e de vez em quando o sol aparecia por entre as nuvens. Valeu pela viagem e pela companhia dos dois gaúchos.
O passeio com outros motociclistas nos lembra algumas considerações: a quantidade de motos circulando nos EUA e Canadá é impressionante. A maioria absoluta (devem ser no minimo 70%) de Harleys, claro, e mesmo entre as demais 30% customs são a maioria. Curiosamente, a maioria das BMW não é GS, o que é compreensível: praticamente todas as estradas são (bem) pavimentadas, e RTs e LTs são as motos mais 'naturais' para esse ambiente.
Dois tipos de veículo típicos daqui são os trikes, motocicletas (normalmente HD Eletra Guide e Gold Wings) transformadas em triciclos, bem diferentes dos nossos, e motos puxando carretas - um porta-malas adicional.
Por haver poucas GSs, quando cruzamos com uma ficamos imaginando que esse deve ser um viajante de outro país ou um local que faz viagens mais extensas. E já desde a América Central sempre que se cruza com um desses viajantes fica uma sensação de ter perdido uma oportunidade: de saber de onde ele vem e para onde ele vai, tentando entender qual é sua aventura.
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Whistler Village, alguns ângulos |
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Whistler Village, alguns ângulos |
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Vista do mirante Tantalus |
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Uma última foto de despedida da estrada |
Um cumprimento é quase obrigatório quando se cruza com motos aqui, e curiosamente praticamente nenhum motociclista levanta o braço para isso: o cumprimento é com a mão estendida lateralmente, abaixo da linha do guidão. Bastante discreto, não sabemos se há alguma razão especial para isso.
O dia acabou com Vancouver nos devendo uma oportunidade turística: o monte Grouse. É outro ponto de atração importante, e fica diretamente atrás do hotel onde estávamos. Entretanto, nos três dias em que poderíamos ter subido (há um teleférico) as nuvens só descobriam o topo lá pelas 20h00! Essa época do ano é muito ruim para quase todo tipo de turismo envolvendo montanhas por aqui.
Uma dica em relação ao visto para o Canadá: para economizar, tiramos o visto para uma entrada, pois o trânsito entre EUA e Canadá não conta como entrada e saída - portanto é suficiente uma entrada desde que só se saia para os EUA. Entretanto, essa opção pode gerar uma tensão evitável: nesse caso o consulado dá visto para seis meses, e tivemos que nos apressar para entrar no Canadá antes que o visto expirasse.
Conversando com o Renato, ele tirou visto para múltiplas entradas, e recebeu um visto válido até a expiração do passaporte. Deveríamos ter feito o mesmo e evitado a correria.