Sábado: Victoria - Nanaimo
23.07.2011
Nesse dia começou nossa jornada final rumo ao Alasca. Ao contrário da maioria dos viajantes, optamos por fazer um caminho com uma ida diferente da volta - inspiração de nosso companheiro Pilão, que cunhou a frase "fazer da volta uma nova ida".
|
Eles são presença permanente |
|
Escarpas em Protection Island |
Então nosso roteiro prevê a subida por mar ao invés de terra, e para isso tínhamos, antes de mais nada, que chegar a Port Hardy, de onde sai o primeiro ferry de nosso percurso aquático. De Victoria a Port Hardy são mais de 490 km., e tínhamos dúvidas quanto ao tempo para percorrer esse trecho: o Google Maps dizia 6h55.
Para tornar a viagem mais confortável optamos por parar em Nanaimo e seguir no dia seguinte. Feliz decisão, pois acabamos levando oito horas no total.
Mas antes de iniciar a viagem resolvemos dar uma volta em Victoria por uma rota marcada como cênica num mapa que tínhamos. Mais uma decisão acertada: rodamos por bairros residenciais, um deles com casas grandes, em grandes terrenos e jardins cinematográficos. Além disso de um lado da rua, os fundos das casas davam para o mar - aquele marzinho de águas gélidas e com aquele ventinho correndo o dia todo mas que, para se admirar bem agasalhado é lindo!
|
Marina, coisa que não pode faltar |
|
Um trimarã |
|
Festejos da corrida de banheiras |
Na parada em um mirante com uma vista espetacular, a ponto de haver cadeiras nas rochas para se sentar e ficar apreciando, um casal de senhores veio conversar conosco. Eles disseram que tinham acabado de chegar do Alasca e que essa viagem de ferry é muito bonita e é muito confortável. Ficamos bem animados com essa informação.
A estrada Trans Canada Highway, que vai até Port Hardy, é muito bonita, mas nesse trecho até Nanaimo ela passa ao lado de muitas cidades, e por isso tem muitos semáforos. Trocamos as lombadas centro-americanas pelos semáforos...
Ao chegar a Nanaimo já se vê uma infinidade de barcos nas várias marinas da cidade. Fomos almoçar à beira-mar, num restaurante agradável e depois fomos passear pelo calçadão que contorna o porto e vimos a quantidade de barcos, iates, ferries, canoas, caiaques que fazem a travessia para algumas ilhas que ficam entre o continente e a Ilha Vancouver: Newcastle Island, Protection Island e Gabriola Island, além do ferry que vai até Vancouver (Tsawwassen). É um transito que não para, mais uma vez dividido com os hidroaviões - o trânsito em terra é muito mais calmo!
No restaurante a garçonete nos avisou que haveria queima de fogos, às 22h00, no mar. Depois de passearmos fomos para o hotel adiantar o site e às 21h50 saímos para assistir ao espetáculo, que começou pontualmente - durante 15 minutos assistimos, juntamente com um monte de gente a uma apresentação muito bonita. Essa queima de fogos era parte dos festejos de um evento maluco que se realiza anualmente na região: uma corrida de banheiras!
|
Festejos da corrida de banheiras |
Basicamente é uma regata envolvendo os mais estranhos e malucos veículos aquáticos, incluindo inclusive banheiras, daí o nome. É uma grande festa que começa na sexta-feira e vai até domingo, quando se realiza a tal 'corrida'. Acreditamos que esse evento também aumentou bastante o fluxo de barcos no porto.
A organização que vimos aqui em Nanaimo foi impressionante. Já durante a tarde, para entrar na área em que estava havendo a festa, vários policiais faziam a revista de mochilas e bolsas. À noite a revista continuava e ao final do espetáculo, havia quatro ônibus parados no ponto esperando pelas pessoas que iriam para casa, no cruzamento das avenidas de acesso os semáforos foram desligados e os policiais estavam coordenando o tráfego, para facilitar a travessia de pedestres. Tudo tranquilo, e funcionando perfeitamente.
Durante a apresentação dos fogos um policial estava “multando” um indivíduo que, não sabemos porque, havia sido trazido por outro policial, e que estava muito nervoso, reclamando alto e gritando. O policial só ouvia enquanto escrevia, e o cara ficava cada vez mais nervoso, pois o policial nem reagia. Mas chegou um momento, em que o autuado jogou o boné no chão e então o policial gritou com ele e aí ele se acalmou um pouco. Pensamos: se isso fosse no Brasil, primeiro não haveria tanto policial para aplicar esse tipo de multa e tanto o policial, quanto o infrator se pegariam no tapa. Aqui a lei é de verdade e respeitada, então as pessoas sabem que têm que acatar e o policial é devidamente respeitado, mas também sabe respeitar o cidadão.
As bebidas alcoólicas (pelo menos em British Columbia) só podem ser vendidas em locais especiais e com licença - Não se encontra bebida alcoólica em supermercado. Ao lado do hotel havia um desses estabelecimentos e quando voltávamos da queima de fogos havia tanta gente lá dentro - parecia uma balada - que o segurança estava controlando a entrada. Já tínhamos escutado que o canadense bebe bastante, e realmente vimos muitas pessoas já meio alegres durante o dia.