Segunda-feira: Destruction Bay - Glennallen
01.08.2011
Continuamos nos perguntando como eles enchem o motel, mas nessa manhã ele estava quase lotado - o estacionamento estava cheio!
A atividade que mais ocupa os turistas e habitantes daqui é a pesca e caminhadas: há uma infinidade de placas orientando a respeito das várias trilhas, passeio de bicicleta ou a cavalo. Não é bem o que procuramos!
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Até agora o único alce que vimos |
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Os quartos do motel |
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Montanhas do outro lado do lago |
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Tão pequena mas tem helicóptero |
Fomos tomar o café da manhã. Onde? Claro que no restaurante do motel onde estávamos. O único da cidade (?), ou quase único. Depois vimos que havia mais um, mas estava fechado por tempo indeterminado. Na realidade há outro lugarejo, um pouquinho maior – será? - a dois quilômetros de distância.
Ao lado do motel, ontem, havia um helicóptero. Nem ligamos. E essa manhã ele chega não sabemos de onde, trazendo não sabemos quem, mas parece que é bem usado.
Lemos no jornal que as pessoas de fora vêm morar aqui porque se apaixonam pela beleza da natureza e pela honestidade das pessoas locais.
Hoje nos vestimos à altura do clima: calça comprida segunda pele, mais a calça de cordura e a de chuva por cima, camiseta, blusa segunda pele, mais casaco de cordura e casaco de chuva, luva segunda pele e luva de couro. A Beth ainda usava um par de meias adicionais, balaclava e luva cirúrgica. Desta vez o frio não nos pegou! Deu certo: a temperatura estava em 14ºC: tranquilo, nem percebíamos. E assim foi durante a viagem toda, sendo que a temperatura chegou a 18ºC e estava muito cômodo. O sol já tinha saído logo cedo e continuou grande parte da viagem.
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Carro de polícia de mentirinha |
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E a neve sempre reaparece |
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Entrada oficial no Alaska |
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E também muda o fuso horário |
A atendente do restaurante contou que durante o inverno, de novembro até março, não se vê o sol, pois ele corre muito deitado e as montanhas do outro lado do lago o encobrem. Já pensaram? Quatro meses de inverno sem ver o sol? Aliás, tempo encoberto por aqui é o usual. Quando há sol é festa!
Nossa primeira parada lembrou um alerta feito por Axel, nosso conhecido mexicano, para a quantidade e tamanho dos mosquitos por aqui. Paramos em Beaver Creek e tivemos medo de abrir a viseira dos capacetes: era uma revoada em torno da cabeça, e os bichos são muito grandes!
O trajeto da estrada é bonito e as obras continuaram até quase a fronteira com os Estados Unidos/Alasca. Já no restaurante havíamos perguntado sobre as condições da estrada, sabíamos o que nos esperava. mas havia até um trecho em terra com cascalho fino jogado por cima. A moto dançou um bocado!
Entre o posto de imigração do Canadá e o posto de entrada nos EUA rodamos trinta quilômetros. De quem são esses trinta quilômetros? Do Canadá? Dos Estados Unidos? Se não for de ninguém, mesmo sendo nessa parte tão fria do mundo, podem nos dar que aceitamos: a região é de uma beleza exuberante. Parece intocada mas sabemos que não é assim, a corrida do ouro e agora as madeireiras devem fazer um senhor estrago. Mas o necessário é feito para que esse estrago seja corrigido com a plantação de novas árvores. Mas em certos trechos a temperatura deve ser tão baixa no inverno que as montanhas são sem vegetação alguma: rocha pura e escura.
E finalmente pudemos fazer um registro de entrada no Alasca como deve ser: em Juneau não havia nada e em Haines a placa era tão mixuruca que não animou. Agora sim, eis nossa entrada triunfal no Alasca.
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Corda que roubamos do ferry |
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Glennallen - Mamãe alce e seu filhote |
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Glennallen - Mamãe alce e seu filhote |
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Glennallen - Mamãe alce e seu filhote |
E a pista se transformou num tapete! Ah! Agora a viagem vai render! Pura ilusão. Depois de alguns quilômetros o asfalto estava desgastado e irregular. Além disso há muitas ondulações, ou depressões, que você só percebe quando caiu nelas. Para completar o último trecho foi de 38 quilômetros de terra e cascalho meio solto, acompanhado de um vento em rajadas que deixava a moto quase deitada... chegamos bem cansados. Foram 576 km em 9h15.
Mas tivemos uma compensação: vimos uma Mamãe Alce (ou seria alce-fêmea, ou talvez Alça?) com seu filhote, o Alcinho. Muito lindo! Estavam numa lagoa: primeiro avistamos só a mãe e como ela não tinha chifres, achamos que era um cavalo. Paramos, puxamos o zoom da máquina e vimos que era um alce pela maneira como ela enfiava a cabeça na água por alguns minutos para procurar comida (caribus sem chifres são muito parecidos, mas são animais mais terrestres). Depois vimos que na beira do lago algo se movia: era o filhote se aproximando e se achegando à mãe, mas logo depois ele foi novamente para a margem.
Essa região toda, tanto no Yukon quanto no Alasca, é repleta de lagos e de rios, alguns bem volumosos. É uma sequência imensa de lagos piscosos alternando com o verde das florestas, o marrom das montanhas e o branco da neve. Lindo!