Segunda: Fairbanks
08.08.2011
Esse dia foi um dos três que 'salvaram' nossa estadia no Alasca: manhã ensolarada, ainda fria, mas esse sol ficou presente o dia todo e a temperatura chegou aos 16ºC: muito bom! Mesmo assim só saímos do hotel perto da hora do almoço - queríamos lavar roupa e como não tínhamos nada previsto ou planejado para Fairbanks, aproveitamos para fazer uma lição de casa enquanto as máquinas trabalhavam.
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A prefeitura de Fairbanks |
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Chegada oficial a Fairbanks |
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O famoso oleoduto (Trans Alaska Pipeline System) |
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O trajeto do oleoduto |
A primeira coisa que queríamos ver é uma criação de renas (na realidade animais de estimação de uma família que os expõe para visitantes), e saímos atrás do GPS tentando achar o lugar. Não o encontramos, mas em compensação tropeçamos com algo que queríamos ver mas não havíamos incluído no roteiro: o oleoduto que transporta o petróleo extraído em Prudhoe Bay (norte do Alasca) até Valdez (sul do Alasca) para ser embarcado nos petroleiros.
Lendo a respeito ficamos sabendo algumas coisas muito interessantes: quando foi descoberto petróleo em Prudhoe Bay surgiu o problema de como transportá-lo para uma refinaria. Construir uma por lá não era viável - as condições climáticas são muito extremas. Também não há acesso para navios petroleiros: durante grande parte do ano os mares da região estão completamente congelados.
A solução encontrada foi construir um oleoduto de quase 1.300 km. de extensão, que leva o petróleo de Prudhoe Bay até o porto de Valdez, que é o porto mais ao norte que nunca congela. Na ocasião (década de 1970) foi a obra privada mais cara da história - ele pertence a um consórcio de companhias petroleiras. De Valdez ele é levado por petroleiros para as refinarias da costa oeste americana.
O oleoduto é revestido de isolamento térmico, e pensamos que isso seria exclusivamente para manter o petróleo líquido. Isso também é verdade, mas o papel principal do isolamento é proteger o ambiente por onde a tubulação passa: o petróleo sai dos poços a uns 49ºC e entra no oleoduto a uns 44ºC. Em contato com o solo onde o oleoduto está enterrado ou sobre o qual ele passa, essa temperatura provocaria o derretimento do solo eternamente congelado (permafrost), que se transformaria num lamaçal, com consequencias ecológicas muito sérias e também tornando o solo instável para o próprio oleoduto.
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Consultório dentário, até dá gosto ir lá! |
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Museu da aviação |
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Museu da aviação |
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Casa do início do século XX |
É uma obra simplesmente impressionante como engenharia e pelo que representa para a economia americana.
Dali fomos até o centro da cidade. A cidade é pequena, com 30.000 habitantes que se encondem não sabemos aonde. Pensávamos até que fosse domingo e não uma segunda-feira. Aliás a distribuição demográfica no Alasca é bem maluca: Anchorage tem uns 330.000 habitantes, e em seguida vêm Juneu e Fairbanks com seus aproximados 30.000. Sobram uns 350.000 espalhados pelo resto, em cidades e vilarejos ainda menores...
Fomos procurar um lugar para comer e esse local ficava no Pioneer Park, mas só abriria às 17 horas. Resolvemos matar o tempo passeando pelo parque, e descobrimos uma área deliciosa da cidade: é basicamente um parque público, com áreas de recreação para crianças, quadra de esportes, campo de minigolfe, um centro de artes - galeria de exposições e teatro, jardins para se passear e um trenzinho que dá a volta no parque.
Completando esse conjunto, há um museu ao ar livre, composto de casas construídas no final do século XIX e início do século XX, que foram transferidas de seus locais originais para esse parque. Elas são usadas como lojas ou pequenos museus que contam diferentes aspectos da história do Alasca. Há também um Museu da Aviação, contando a história desse meio de transporte e seus personagens no Alasca. O acervo é bom, mas como o espaço não é grande, fica muito apertado. Mas vale a pena!
É muito bonito ver como o governo dos Estados Unidos dá importância à educação, à conservação das tradições: esse parque oferece lazer que pode ser associado ao aprendizado da história do estado e do país. Outra particularidade desse povo é a benemerência: em vários museus há um cofrinho para se depositar um donativo, e o povo deposita (também vimos isso no Canadá)!.
Passamos uma tarde muito tranquila aprendendo um pouco mais da história do Alasca em geral e de Fairbanks em particular.
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Residência do início do século XX |
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Pioneer Museum |
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Barco que percorria o rio Tanana |
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Os valentes almoçando ao ar livre |
Depois fomos almoçar e foi uma boa pedida esse restaurante, pois além de ser um lugar que recebe muitos turistas, na maioria estadunidenses mesmo, parece que você está fazendo um piquenique, pois a maioria das mesas de madeira, daquelas pesadas, ficam ao ar livre, embaixo de pinheiros e você se serve num buffet de saladas bem variado, com molhos, sopa, pãezinhos quentes, batata assada, costela de boi, salmão, isca de peixe, hot dog, sobremesa, refrigerante, café e chá tudo à vontade por US$ 32,00.
Voltamos para continuar a visita ao parque e encontramos um casal de brasileiros - Patrícia e Renato - uma simpatia, que estão dando um giro por aqui. Hoje aproveitamos o verão até às 21h20min e chegamos até a sentir calor, também com tanta roupa que vestimos, só tinha que dar nisso. Quando comemos, ao ar livre, estávamos só com a camisa segunda pele: que valentes!