Terça: Fairbanks - Beaver Creek (CN)
09.08.2011
Desde o início do planejamento desta viagem havíamos descartado um programa muito comum entre viajantes que vêm ao Alasca: ir até Prudhoe Bay, onde é extraído o petróleo e que é o ponto mais ao norte do país que pode ser atingido por estrada. São mais de 800 km. de Fairbanks, pelo menos 70% em terra, e não há nada a ver a não ser os poços de petróleo. Decidimos que seriam quatro dias muito trabalhosos e turisticamente pouco produtivos.
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Quase todas as pontes da estrada são assim |
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Reencontramos o oleoduto |
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Flores ou repolhos diferentes? |
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Nós estamos começando pelo fim da Alaska Highway |
Mas aí começam as propostas alternativas: devíamos pelo menos ir até o Círculo Polar Ártico, bem mais próximo de Fairbanks. Havia também a opção de ir até o Continental Divide, crista de montanhas que divide os cursos de água: ao norte todos os rios correm para o Oceano Ártico e ao sul correm para os mares ao sul.
Mas todas essas alternativas foram sumariamente engavetadas em função do tempo: o sol do dia anterior foi devidamente escondido pelas nuvens e a chuva voltou. Optamos por iniciar a viagem de volta, que afinal não é das mais curtas: para chegar à parte mais habitada e movimentada do Canadá, de onde realmente iniciaremos a travessia do país, são aproximadamente 3.000 km.!
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Muitos rios larguíssimos, quase só areia |
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Água mesmo só nesse pedacinho do rio |
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Restaurante em Tok que agradou, comemos na ida e na volta |
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Ponte sobre o rio Tanana substituída por nova |
Decidimos então dizer adeus ao Alasca, com uma ponta de tristeza no coração, apesar do frio: foram 13 dias em um estado só, vendo as belezas dos lugares, vendo imigrantes de vários países tentando um novo começo, tudo muito interessante e gratificante. Saímos só às 11h com a temperatura de 11*C e chuviscando - e essa chuva perdurou por pelo menos dois terços da viagem.
No caminho vimos outra mamãe alce com seu filhote, mas como estava chovendo muito a máquina fotográfica estava guardada. Ainda paramos para pegá-la, e eles ficaram meio desconfiados mas parados. Aí veio um carro no sentido contrário e eles se assustaram e fugiram. Essa fuga mostrou qual é o grande perigo com esses animais grandes: eles estavam na relva do nosso lado da pista, mas ao invés de fugir para o mato desse lado, atravessaram a pista, bem na frente do carro - é assim que ocorrem os acidentes de que se ouve falar! Foi pena perdermos essa foto, que certamente ficaria muito boa. Mas ficou gravado no coração!
Rumamos para o Canadá. Passagem de fronteira tranquila, incluindo a placa 'oficial' de entrada no Yukon; e o sol nos recebeu. Paramos a dois quilômetros da fronteira, em Beaver Creek, a comunidade mais a oeste do Canadá. É daquelas comunidades que fica ao longo da estrada com alguns motéis e postos de gasolina. E estamos aqui, à beira da estrada, com a porta do quarto dando para a pista que nem trânsito tem: ontem a temperatura aqui era 0ºC, e ninguém viaja nessas condições à noite, né? Nem por aqui!
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Entrando no Canadá / Yukon |
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Lição de conversão de unidades para americanos |
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Campo de golfe criado pela natureza? |
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Motel em Beaver Creek |
Vamos ver que temperatura teremos amanhã e dependendo disso veremos quando sairemos e até onde iremos. Ah! O motel tem internet, mas somente no restaurante, que fechou às 20h30m, só faltou o dono nos botar para fora. E também funciona no lado de fora, até a porta dos dois primeiros quartos, e o nosso quarto fica além desses, e com essa temperatura, preferimos ficar sem internet...
No mesmo motel havia dois motociclistas da nossa faixa etária, de Nova York, que iriam para o Alasca, mas que desistiram, na cidade de Tok, devido à previsão de duas semanas de chuvas, e estavam retornando. Eles fazem uma curiosa dupla em termos de 'montaria': um deles com uma VStrom e o outro com uma Guzzi Eldorado 1975.