Sexta-feira: Watson Lake - Fort Nelson
12.08.2011
O Sol!!! Hoje nós vimos o sol!!! Aleluia!!!
Saímos com aquela garoinha e 9ºC. Pensamos: será novamente um daqueles dias? O início foi até pior: depois de rodarmos 30km a pista estava em obras e só rodava uma faixa de cada vez. Foram 16 km em cascalho molhado, com o carro guia na frente. Esse pessoal por aqui é muito preocupado com segurança.
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Atravessando as Montanhas Rochosas canadenses |
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Floresta de placas, marco de Watson Lake |
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Rio Kechika |
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Parada em Coal River |
Depois velocidade normal: 100hm/h. Aliás, esses trechos com chuva foram muito desgastantes por causa da temperatura e da própria chuva, mas as tocadas continuavam muito boas: quase o tempo todo estávamos rodando nessa velocidade ou perto dela. Consequência da qualidade da estrada e do pouco movimento.
Aí o tempo ameaçou abrir e começou o espetáculo de fauna, relevo e flora. Primeiramente vimos um bisão, sozinho - até estranhamos, pois esses bichos andam em manada. Paramos e tiramos fotos. O tempo ficou melhor: na frente, lááááá na frente, via-se uma luz (do sol) no fim do túnel. Uau! Ficamos alegres e o ânimo melhorou muito!
Mais adiante vimos mais uns quinze bisões! Paramos novamente e mais fotos. Continuamos e vimos mais uns quarenta bisões!!! Paramos, novamente, e tiramos mais fotos. E aí comentamos: se o número desses animais continuar aumentando não conseguiremos continuar a viagem, pois eles tomarão contas da estrada! rsrsrs
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Bisões, a estrada é deles |
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Rio Liard |
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Entrando nas Rochosas canadenses |
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Lago Muncho |
A próxima aparição foi um urso que já estava indo para o meio da mata. Ele devia estar no acostamento da pista, pois um carro estava parado. Mas quando chegamos mais perto ele já estava no meio das árvores. Deu para tirar uma foto dele entre as folhagens. E só de poder vê-lo, já valeu - deu para apreciá-lo comendo suas plantinhas. Mais para frente vimos um caribu, que nem parou para documentarmos sua presença e depois, aconteceu um susto recíproco: um jovem alce e nós! Parecia que ele ia pular para cima de nós, mas ele simplesmente tinha se assustado e dado um impulso para frente. É muito gratificante poder ver esses animais em seu habitat.
O tempo abriu: SOL!!! Temperatura de 15ºC!!! Que gostoso! Mesmo com o vento ainda frio, aqueles raios nos aquecendo mudam completamente a sensação térmica! E pegamos mais algumas daquelas pontes de metal tão deliciosas para cruzar de moto. Que coisa mais chata e perigosa!
Na parada em um mirante, aprendemos - em todos os mirantes há placas explicando o que você está vendo, sempre há algo a aprender, é muito bom! - que a cor verde-jade das águas do rios é devido a partículas de rochas trazidas pela neve durante o degelo; as partículas maiores se depositam no fundo do rio, junto às pedras, mas as minúsculas ficam em suspensão e dão a cor as águas. E, diga-se de passagem, que cor linda!
Nesse trecho da Alaska Highway cruzamos as Montanhas Rochosas canadenses. Foi a primeira vez que vimos esse tipo de relevo e flora: em cima são rocha pura, contrastando com o verde da vegetação que fica na parte de baixo.
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Rio Toad |
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Agradável parada para esticar as pernas |
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Isso era um dos quatro tetos do restaurante |
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Hotel em Fort Nelson |
E foram duas passagens em passos, bem interessantes. Quando nos aproximávamos do primeiro, a visão à frente era de uma beleza assustadora: metade do céu era azul, e a outra metade um cinza pesado de chuva forte. A estrada estava molhada da chuva, temperatura caindo, e nós imaginando o que cairia sobre nossas daquela nuvem. A altitude chegou a 1.100 metros e a temperatura a uns 7-8ºC, mas não pegamos nenhuma chuva - felizmente. Chegando ao segundo passo, que era bem mas alto - quase o dobro - chegamos a pegar um pouco de chuva, mas curiosamente a temperatura nunca caiu abaixo de 12ºC. Difícil de entender... E o momento em que choveu sobre nós foi fantástico: à nossa frente céu estava azul e praticamente limpo; olhando pelo retrovisor o céu também estava azul, e nós ali do meio da chuva e sob nuvens bem escuras.
Terminada a serra o tempo melhorou e a vegetação mudou, com muitos arbustos, muito mais flores e conforme nos aproximamos da cidade de Fort Nelson, foi surgindo uma zona agro-pastoril, com muitos cavalos e vacas pastando.
Para compensar as emoções negativas dos dias anteriores este foi um dia cheio de emoções muito bonitas. Chegamos muito cansados mas felizes.
Ah, e tivemos uma surpresa desagradável: está entrando água nas malas da moto. Não temos certeza ainda, mas acreditamos que o alumínio 'trabalhou' demais nessas variações de temperatura desde acima de 40ºC a zero ou perto disso (a moto ficava ao relento no Alasca e aqui) e deve ter rompido as vedações de silicone. O curioso é que entra água por baixo (deve ser água espirrada pelo pneu traseiro e por veículos que passamos ou nos passam): forramos o fundo das malas com um saco de lixo e tudo fica seco - a água fica toda por baixo do saco plástico. Temos que ver como resolver isso. Mas é uma decepção: compramos equipamento topo de linha da Touratech, e não esperávamos esse comportamento!