Segunda-feira: Rossport - Sault St. Marie
29.08.2011
Estava demorando: partimos com chuva, com 12ºC - desconfiamos que pegamos uma beiradinha da Irene (o furacão que assolou a costa leste dos EUA e Canadá). Paramos em White River para aquecer as mãos que estavam congeladas e aproveitamos para nos informar com os clientes do restaurante sobre as opções que tínhamos. Pensávamos inicialmente dormir em Wawa como planejado na véspera, mas se fizéssemos isso pararíamos lá pelas 15h00, o que também era cedo demais.
O problema era que, como temíamos e foi confirmado pelas pessoas do restaurante, entre Wawa e Sault St. Marie haveria pouquíssimas opções de hospedagem caso decidíssemos interromper a viagem. Mesmo assim resolvemos tocar, em princípio com o objetivo de dormir em Sault St. Marie.
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As cores do outono já começam a aparecer |
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Chuva na estrada, sobra do Irene? |
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Picape monstro |
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Praia no Lake Superior |
A estrada tem bom asfalto, continua-se na velocidade de 100 km/h (a essa altura já aprendemos que é essa a velocidade realmente praticada aqui) e passa-se por vários lagos menores, enquanto se rodeia o Lago Superior - uns 700 km de Thunder Bay a Sault St. Marie. E nessas margens há algumas prainhas, algumas bem boazinhas, só que com avisos de que o vento e as ondas resultantes podem se tornar muito agressivos. O Lago Superior é muito grande, parece um mar com várias ilhas. Há pontos em que não se consegue enxergar o outro lado!
Acabamos descobrindo que o problema do trecho entre Wawa e Sault St. Marie é que uns dois terços dele passam pelo Parque Nacional Pukaskwa, área em que não se encontra nenhuma prestação de serviços, justamente para preservar a região. Nos últimos 90 quilômetros, em que a chuva deu trégua, encontra-se motéis e outros serviços, mas aí já se está tão perto de Sault que só numa situação extrema de emergência faz sentido parar lá.
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Mais uma vista do Lake Superior |
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Controle de passagem da ponte com sensor |
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Mais um pouco do Lake Superior |
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Mais um pouco do Lake Superior |
Uma coisa que já queríamos comentar há muito tempo: aprendemos, num desses parques em que andamos, que os incêndios que ocorrem nas florestas daqui e que nos horrorizam e entristecem tanto, são um fenômeno natural e fundamental para manter o equilíbrio de flora e fauna das florestas - em áreas deixadas inteiramente nas mãos da natureza esses incêndios ocorrem aproximadamente a cada 50 anos.
O ser humano vem interferindo nesse ciclo, evitando os incêndios ou sua propagação, e isso tem produzido problemas. Num dos parques havia um texto explicando que um certo besouro é responsável pela morte de um tipo de árvore - e por incrível que pareça isso é bom porque mantém a quantidade dessas árvores sob controle - e que os incêndios também mantinham a quantidade dos besouros sob controle. Com a redução dos incêndios o número de besouros aumentou e colocou em perigo a existência das tais árvores, que eles estão destruindo em quantidade muito maior. Resultado: incêndios são provocados pelos guardas florestais para ajudar a manter o equilíbrio do sistema! Como é complicada a convivência do ser humano com os recursos naturais!