Domingo a quarta-feira: Montréal
04-07.09.2011
Esse período em Montréal foi um pouco diferente de outras paradas: o tempo às vezes não ajudou muito, mas o fator principal foi a oportunidade de conviver com diversos brasileiros, coisa que acabamos explorando mais que os aspectos turísticos da cidade.
No domingo, quando ligamos para o Digudi para ver qual era o programa, ficamos sabendo que eles já estavam num restaurante se preparando para almoçar. Pegamos o metrô e e fomos encontrá-los: Digudi, Crespo e mais dois casais de brasileiros imigrantes.
O restaurante é oriental (com proprietários chineses) e eles são bem espertos (ou quadrados): estávamos em dez pessoas e alguns queriam comer rodízio (all you can eat) de comida japonesa e outros pratos a la carte. Fomos obrigados a nos separarmos em dois grupos e sentar em mesas separadas (lado a lado) para que os garçons pudessem controlar se o rodízio não seria comido por quem não tinha direito.
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Centro da cidade |
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Movimento de domingo no centro |
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Torneio de vôlei da comunidade chinesa |
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No porto velho |
Aliás é a segunda vez que comemos rodízio japonês por aqui e nos dois encontramos a mesma característica: você recebe uma lista do que é oferecido e um monte de papeizinhos para marcar seu pedido (pode pedir quanto quiser). O gancho: se pedir e não comer tem que pagar à parte! Na primeira vez funcionou muito bem porque estávamos só nós dois, mas hoje, com cinco pessoas pedindo, acabou vindo tudo misturado e todo mundo comeu de tudo.
Dali passeamos um pouco pela cidade, chegando até o porto velho. Uma coisa que chamou a atenção foi um torneio de voleibol que vimos. Eram pelo menos dezoito quadras montadas num galpão imenso, e quando olhamos com mais atenção percebemos que todos os jogadores eram orientais.
Algum campeonato internacional? Não era apenas um torneio da comunidade chinesa de Montréal do norte! Eles são tantos que têm que separar os torneios por áreas da cidade. É uma invasão!
No porto velho encontramos mais dois casais de brasileiros e começou a chover torrencialmente. O dia acabo por ali, e só chegamos secos ao hotel porque um dos casais brasileiros nos deu uma carona em seu carro até a estação do metrô.
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Estamos em Itú? |
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Brincando no parque Mont Royal |
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Banco com texto de direitos humanos |
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Esse bichinho está em todo lugar (parque Mont Royal) |
Na segunda-feira nos mudamos para o apartamento do Digudi. O convite dele era para ficarmos lá desde o começo, mas com a confusão sobre a cidade onde ele morava acabamos reservando (e pagando!) hotel para dois dias em Montréal. Só hoje, com as duas diárias devidamente usadas, pudemos fazer a 'mudança'.
O dia foi chuvoso, e acabamos ficando no apartamento jogando conversa fora com o Crespo e Digudi - era feriado (Labor Day - Dia do Trabalho). Só saímos para almoçar e jantar.
A cidade (talvez devessemos dizer região metropolitana) de Montréal tem uma particularidade interessante: parte dela, onde moram o Digudi e a Diguda, é na realidade outra cidade, chamada Mont Royal. Ela é bastante independente de Montréal, tendo inclusive legislação própria em alguns aspectos. Por exemplo, o estacionamento de carros na rua só é permitido pelo período de 4 horas e durante a noite é proibido. Mont Royal, apesar do nome afrancesado, é anglófona, enquanto que Montréal é francófona.
Mont Royal é nitidamente mais bem arrumada e com padrão de imóveis mais alto que a parte de Montréal que a cerca. Pela proximidade do centro, facilidade de acesso e bom padrão de construção e manutenção, os imóveis dessa cidade são bem mais caros. Aliás, por falar em cerca, em alguns pontos existe realmente uma cerca, embelezada por vegetação, separando Mont Royal de Montréal. Bizarro...
Na terça-feira (dia 06) o tempo melhorou e aproveitamos bem para passear com o Crespo. Logo no caminho para o metrô tropeçamos com algo que já queríamos comentar antes mas só agora conseguimos documentar: é costume aqui e nos EUA a personalização extrema da corretagem de imóveis, chegando ao ponto do corretor colocar sua fotografia no cartaz de venda que é afixado em frente ao imóvel. Para nós, muito curioso.
Nosso primeiro destino foi o Parque Mont Royal, muito bonito, cheio de gente correndo, andando de bicicleta ou simplesmente caminhando como nós. Há uma lagoa chamada dos Castores, mas não sabemos por que - certamente não havia desses bichos lá. O parque fica num morro, de onde se avista grande parte da cidade.
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A cidade vista do parque Mont Royal |
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A cidade vista do parque Mont Royal |
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Namorando na descida do parque Mont Royal |
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Casa ecológica |
E para variar encontramos uma daquelas coisas que sempre nos surpreendem e criam admiração pelas sociedades daqui: num play ground todos os bancos a sua volta continham textos da Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU - um artigo por banco. Fantástico!
De lá fomos para a Biosfera, uma exposição permanente voltada ao equilibrio e preservação da natureza: muito interessante! Um ponto alto é uma casa construída totalmente com produtos ecologicamente corretos ou reciclados e energeticamente auto-suficiente usando energia solar. Essa casa foi projetada e construída por alunos da faculdade local e ficou em 8º lugar num concurso de casas desse tipo entre diversos países.
Finalmente fomos até o Autódromo da ilha de Notre Dame - a ilha é artificial, feita com o material extraído para construir os túneis do metrô. Ele é usado somente para poucas corridas no ano, e no restante do tempo é aberto ao público: pode-se caminhar nas pistas, pedalar, andar de patins, correr... Quase como o nosso, em São Paulo, né?
Para completar a permanência em Montréal decidimos acompanhar o Brasil e fazer feriado à nossa moda no dia 07 de setembro: o tempo não estava bom, a preguiça estava ótima e acabamos ficando em casa batendo papo. Ainda demos uma saída no fim da tarde para umas compras, mas voltamos logo para curtir um queijo & vinhos com nosso anfitrião.