Sábado - Terça-feira: Washington, DC - Lewes, DE
24-27.09.2011
Não sabemos bem porque, mas estávamos extremamente cansados. Isso aliado à necessidade de atualizar nosso site nos levou a uma decisão meio esquisita: queríamos ver alguma coisa de Delaware, e optamos por um hotel confortável mas fora da zona praiana, para realmente não fazer nada.
A viagem foi bonita e interessante: na saída de Washington ainda conseguimos ver o Jefferson Memorial, que é meio fora de mão em relação ao Mall e por isso havíamos descartado no dia da visita. Vimos de longe, mas vimos... Depois fomos surpreendidos por um extendo trecho dedicado à agricultura e pecuária - incluindo até bisões. Não há nenhuma razão concreta para isso, mas não esperávamos esse tipo de atividade nesse trechinho de 200 km. entre Washington e o litoral.
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Kennedy Center for the Performing of Arts |
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Atravessando Washington para sair |
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Jefferson Memorial |
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Chesapeake Bay |
Outra beleza da viagem foi a travessia da baía de Chesapeake: uma longa ponte, chamada Bay Bridge, com 6,9 quilômetros de extensão. Ela é dupla (uma ponte em cada sentido) e seu trajeto não é reto como a maioria das pontes: ela faz uma curva de uns bons 45º.
E vimos algo bem diferente: em pelo menos dois pontos da estrada havia venda de churrasco em barraquinhas. Não chegamos a ver qual seria a carne, mas havia anúncios mencionando porco, frango ou gado.
E muitas placas aludiam à hospitalidade, tratamento e costumes típicos do povo do sul. Isso deixa uma impressão de que a rixa entre norte e sul ainda não foi totalmente eliminada. E além disso é surpreendente perceber que o sul começa tão ao norte: olhe o mapa dos EUA e veja onde fica o estado de Delaware!
E cumprimos nosso programa de 'retiro' de forma até exagerada: chegamos em Lewes no meio da tarde e ficamos enfurnados no hotel trabalhando no site até o dia 27. Praticamente só saíamos para comer. Um forte motivador para esses dias foi a cobrança dos que nos acompanham: é muito mais gostoso trabalhar quando se sabe que há um público para isso. E a banheira de hidromassagem também era uma diversão gostosa no fim da tarde...
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Bay Bridge |
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Bay Bridge |
Só uma vez saímos para dar uma volta por Lewes e Rehoboth (que nome estranho!) para pelo menos ver onde estávamos. Lewes, a primeira capital do estado, é pequena (2.800 habitantes) mas é uma graça de cidade, com um pequeno centro histórico charmosíssimo. Há um canal que corre desde Rehoboth até Lewes, e ao longo desse canal há casas muito bonitas, separadas do canal por uma rua. E a margem do canal é um imenso atracadouro de barcos de todos os tipos e tamanhos - dá para ancorar o barco em frente da casa. Olhando classificados imobiliários da região vimos que ali há casas sendo vendidas por US$ 7.000.000 - não erramos os zeros não, é isso mesmo!
E a praia é praia de verdade, com areia um pouco mais grossa que as do Brasil, mas muita areia e bastante praia. A água bem mais quente do que a do lado do Pacífico e a quase ausência de vento torna tudo mais convidativo. Havia algumas pessoas na areia, sentadas, lendo... mas nenhuma na água.
Depois fomos para Rehoboth, uma cidade maior em construções, mas com uma população menor (1300 habitantes). As construções são para os turistas: no verão e feriados sua população chega a 25.000 habitantes. ]
Perguntamos preços em um par de hotéis, e um deles foi marcante: no Boardwalk Plaza os funcionários da recepção estavam uniformizados no estilo inglês e tinham até um sotaque britânico - aliás, nesse canto dos EUA encontra-se com certa frequência um sotaque que puxa para esse lado - combinando com a decoração vitoriana do local. Muito elegante - só nós, com nossas jeans e casacos de cordura não combinávamos muito. Jantamos no restaurante do hotel, muito bonito, com uma decoração bem aconchegante e com pratos bem apresentados e muito saborosos. Serviço de qualidade por preços muito razoáveis.
Uma coisa espetacular é a solução urbanística de Rehoboth: há um deck de madeira correndo ao longo de todo o trecho urbano da praia, e todos os hotéis, restaurantes e condomínios (quase a totalidade das edificações na orla) dão para esse 'calçadão'. Jantamos na parte externa do restaurante, diretamente à margem dessa passarela. As ruas terminam nela, de modo que não há nenhum trânsito na orla da praia. Muito legal!
Essas duas cidades, sem que tivéssemos realmente ideia do que nos ofereceriam, foram uma ótima pedida de parada. Como já disséramos anteriormente, parar em cidade litorânea, com o clima semelhante ao do Brasil nos reanima e revigora: voltamos às raízes caiçara. Já paramos em várias praias lindas ao longo desses meses, porém como muitas foram no Pacífico, ficávamos meio frustados por ver um mar tão lindo, águas tão límpidas, aparência tão cinematográfica, mas que simplesmente eram para ser vistas de dentro do quarto, com a janela fechada. Ou ir até o mar com agasalho e tênis e nem poder tocar na água.
Algo que chamou atenção nesses dias foi a estranha finalidade das calçadas. Como ficávamos totalmente sedentários, optamos por comer sempre em restaurantes da redondeza do hotel, de forma a pelo menos nesse momento caminhar um pouco. Essa caminhada se dava ao longo de uma avenida/estrada típica deste país, e ao longo dela há calçadas. Entretanto, de repente, sem motivo aparente, a calçada simplesmente termina! Então ela é feita para se caminhar ou é apenas um componente estético da rua?