Destino Alasca

Terça-Feira: Summersville / WV - Coshocton / OH

04.10.2011

 
Estamos conseguindo desencavar uns nomes muito esquisitos para nossas paradas! Essa cidade foi escolhida porque queríamos pernoitar perto da maior colônia amish dos EUA, que pretendíamos visitar no dia seguinte. Coshocton foi escolhida procurando no mapa e nas listas de hotéis, sem nenhum critério turístico.

Ao amanhecer olhamos pela janela para nos preparar para nova jornada, na esperança que não fosse tão fria e chuvosa como no dia anterior. O que vimos foi uma densa neblina e o chão estava molhado. A temperatura estava em 11ºC, já mais quente que ontem.

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Pedras coloridas, pela vegetação de outono  
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Rio Ohio  
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Fazenda  
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Decoração de Halloween  














Ao sairmos precisamos pedir licença para a neblina. Em alguns pontos da estrada a visibilidade reduziu bastante, mas depois, conforme descíamos, a neblina sumiu. E dessa vez o GPS nos conduziu só por estradas com limite de velocidade alto - e vimos muitos carros de polícia parando infratores.

Aliás, ainda não entendemos o comportamento dos motoristas americanos: em estradas com máxima de 50 m/h (80 km/h) o fluxo normal dos veículos (você quase não ultrapassa e só é ultrapassado por alguns mais afoitos) é lá pelas 58-60 m/h. Com limite de 55 m/h o fluxo vai para 63-64 m/h. Quando o limite sobe para 60 m/h (96 km/h), o fluxo está em torno de 67 m/h. E agora começa o estranho: para 65 m/h de limite o fluxo se mantém abaixo de 70 m/h e quando o limite sobe para 70 m/h (112 km/h) nem os caminhões passam desse limite. A 71 m/h estávamos frequentemente na faixa de ultrapassagem, mais depressa que muitos.

O que será que essa barreira das 70 m/h tem de tão especial que ninguém a ultrapassa? Se andam uns 15% acima do limite nas velocidades mais baixas, o que os impede de manter esse padrão? Uma hipótese é que 110 km/h seja uma velocidade tão 'vertiginosa' que eles não têm coragem de andar mais depressa. Não dêem risada não, pensem que somente estradas de pista dupla, acostamento largo e canteiros centrais com algumas dezenas de metros de largura têm esse limite! O normal aqui é 88-96 km/h. Ainda vamos tentar descobrir porque esse comportamento.

Falando em motoristas, um comportamento comum por aqui que é totalmente estranho para os brasileiros: a mulher ao volante e o parceiro (marido, namorado) como passageiro. Isso é muito comum por aqui, também não sabemos porque. Será que o homem se responsabiliza pela navegação (mapas) e a mulher pilota?

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Entrada da vila  
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Parada para descanso  
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Esse barco era (e é) puxado por cavalos  
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Caminho ao redor do lago  














Bem graças à velocidade fizemos os 404 quilômetros em 4h23m, com uma média de 92 km/h. No caminho atravessamos o rio Ohio, que divide West Virginia de Ohio. Rio largo, com bastante água e no momento em que passávamos pela ponte uma barcaça transportava carvão, que é uma das riquezas da região. Ainda não nos acostumamos com a quantidade de usinas de geração de energia elétrica movidas a carvão!

Chegamos à cidade de Coshocton (nem temos idéia de como se pronuncia esse nome), com uma sensação de desperdício de tempo: ainda era cedo (14h00) e não havia o que fazer com o resto do dia - ou assim pensávamos... Nos alojamos e ficamos um pouco no hotel, curtindo o sol que entrava pela janela e folheando alguns prospectos que pegamos na recepção.

E aí desobrimos o que é a Roscoe Village, nome que já víramos em placas na estrada: é uma vila de uma rua de um quilômetro, restaurada, praticamente um museu ao ar livre para contar a história do canal construído no início do século XIX para ligar o Lago Erie ao rio Ohio e que passava por ali. E descobrimos também que essa vila fica a quatro quadras do hotel! Saímos com o objetivo principal de jantar mas aproveitando para visitar a Roscoe Village.

Antes de chegar à vila passamos por uma casa toda decorada para Halloween: abóboras, palha do milho seca amarrada em feixes como se fossem bonecos... É uma epidemia; até parece um campeonato para ver quem enfeita mais sua casa, seu comércio, a rua de sua casa. E Halloween é festejado em 31 de outubro, falta quase um mês! Só queremos ver como será no tal dia, pois se tivermos algumas crianças à nossa porta, será conveniente comprarmos um saco de guloseimas, que já é vendido pronto nos supermercados, senão ganharemos travessuras...

Fomos caminhando e descobrindo a beleza e a história da vila. Ao longo da rua há diversas casas bem antigas, praticamente todas dali mesmo mas uma delas foi trazida de outro local e reconstruída ali. Parte dessas casas hoje são museus, outras são lojas diversas, escritórios, consultórios e restaurantes. Muito charmoso. Ao chegarmos ao final da rua vimos um parque de um lado que levava a uma área de atividades aquáticas, ao redor do lago e também ao que sobrou do antigo canal. Além do movimento comercial esse canal era usado também pelos escravos para fugirem para o Canadá. Não deu para ter uma idéia muito completa de onde corria esse canal, principalmente quando se vê restos de uma eclusa, a de número 27, sem nenhuma ligação com o resto. Há um barco antigo, puxado por cavalos, que faz uma mínima parte do trajeto, mas só funciona nos fins de semana, agora que o verão se foi.

Na volta paramos numa das casas antigas onde funciona um restaurante que por sinal é bem aconchegante e tem refeições para todos os gostos e bem feitas. Novamente, sem querer, acertamos o lugar para parar: agradável e o clima ajudou, nos permitindo fazer o que não foi possível em Summersville, que é conhecer um pouco do lugar. Aqui é fácil ter essa 'sorte': o americano preserva muito sua história e ao mesmo tempo procura sempre explorar comercialmente essa preservação - e para isso tem que tornar o lugar atraente para os visitantes.
 
 
 
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