Terça-feira: Indianapolis, IN - St. Louis, MO
11.10.2011
A viagem foi rápida mas poderia ter sido ainda mais: direto pela Interstate 70, cuja velocidade máxima é de 112km/h. Mas o que havia de pista única por causa de obras foi incrível. Mas foi uma viagem tranquila, pois o tempo estava bom, só com algumas nuvens cobrindo o sol de vez em quando, 25ºC: bem agradável. Estamos vivendo uma onde de calor que veio essa semana, talvez para compensar a de frio da semana anterior...
Ah, e demos uma passada rápida pelo Brasil, ou melhor, Brazil. Na hora faltou vontade de entrar para ver como era e acabamos registrando somente a passagem pela estrada.
Algo que já queríamos ter comentado mas que hoje extrapolou o razoável: um dia vimos uma embalagem de maionese Hellman's e nela está escrito real mayonnaise. Depois foi um tablete de chocolate: real chocolate. Será que há tanta coisa fake por aqui que os de verdade têm que se afirmar dessa maneira? E hoje veio a gota d'água: um billboard (aquilo que por alguma misteriosa razão se chama de outdoor no Brasil) de uma clínica médica anunciando real doctors. Como é que é???
|
Descobrimos o Brazil |
|
Chegando ao rio Mississipi |
|
Lago Muskegon com hotel ao fundo |
|
Almoçando em Lacledes Landing |
E falando de billboards, outra coisa que chamou a atenção são advogados (devem ser escritórios grandes mas no anúncio aparecem foto e nome de uma pessoa) oferecendo seus serviços ao longo da estrada a quem tenha sofrido acidentes com danos pessoais.
Ah, mais uma: nos estados de Indiana e Illinois, como em outros que já atravessamos, não é obrigatório o uso de capacete por motociclistas. O que chama a atenção é que nesses estados o pessoal se comporta como se capacete fosse proibido: ninguém usa! E é relativamente comum ver o cara pilotando sem sequer usar óculos de proteção, só óculos de sol. Será que nenhum motoclista nesses estados acha que o capacete pode ser uma coisa boa para sua proteção? Se houver esse motociclista nós não o vimos. E já tomamos umas duas pedradas arremessadas por caminhões que simplesmente não entendemos como eles enfrentam de cabeça desprotegida. Será que as pedras só acertam capacetes?
Saímos de Indiana, entramos em Illinois e após atravessar o rio Mississipi chegamos a St. Louis, no Missouri. St. Louis é grande, com mais de 350 mil habitantes, e tem um Centro de Convenções enorme - ficamos no Holliday Inn bem ao lado dele. Pelo jeito esse hotel só tem movimento quando há eventos - ele estava muito vazio.
Fomos almoçar na Second Street, uma rua estreita de paralelepípedo, próxima ao rio Mississipi e do parque Jefferson Memorial, onde fica o Gateway Arch. Essa rua fica em Laclede's Landing, que é o centro turístico da cidade. Ela concentra muitos restaurantes em apenas uma quadra, alguns com mesas na calçada, muito agradável.
É uma rua muito interessante, lembrando um pouco a Rua Avanhandava, em São Paulo. Mas ao contrário da Avanhandava, os paralelepípedos desta estão super desalinhados, e os carros passam bem devagar, e os motoristas ficam olhando para as pessoas que estão sentadas à mesa... é esquisito. Há muitas pessoas negras nessa região e para o preconceito que, principalmente nós paulistanos, cultivamos em função da criminalidade, é bonito e um pouco difícil de compreender plenamente a convivência completa e respeitosa entre as etnias.
|
A cidade vista do alto do Gateway Arch |
|
Homenagem ao idealizador e construtores do arco |
|
Gateway Arch visto da Market Street |
|
Antiga corte de justiça |
Depois do almoço fomos ver o Gateway Arch (Arco do Portão) ou Portão do Oeste. Ele simboliza a expansão dos Estados Unidos para o oeste. Foi desenhado em 1942 depois de um concurso com mais de cem participantes e a obra começou em 1963 e terminou em 1965. Tem 192 metros de altura e pode-se subir ao topo num trem-elevador com sete cabines bem pequenas, onde cabem cinco pessoas. No topo do arco só existe uma galeria de uns 20-30 metros com minúsculas janelas pelas quais é possível ter uma bela vista do Rio Mississipi de um lado e da cidade do outro.
Quando se compra o tiquete umas das perguntas feitas pelo funcionário é se a pessoa sofre de claustrofobia. Pensamos que fosse relacionado ao topo do arco, mas agora acreditamos que a pergunta é voltada às cabines de subida, pois se cinco adultos entrarem numa cabine a situação pode ficar complicada: os cinco assentos (simples bancos de fibra, sem descanso de braço ou coisa parecida) são dispostos num semi-círculo, e os próprios assentos praticamente encostam um no outro. Imaginem cinco adultos tentando se espremer nesse semi-círculo! Mas eles estavam colocando somente duas pessoas em cada cabine, só se fosse família de quatro pessoas eram colocadas juntas. A portinha de entrada já parece de casa de anão, pois não dá para se entrar esticado, tem-se que se dobrar.
Mas vale a pena o desconforto, pois além da bonita vista é divertido ver a engenharia das tais cabines: são articuladas de alguma forma, pois o conjunto parte mais ou menos horizontal mas sobe quase verticalmente. Inclusivem quando se chega ao destino, tanto na subida com na descida, a cabine que estava à nossa frente está atrás da nossa e vice-versa.
Do Gateway Arch voltamos passeando pelo centro até o hotel. St. Louis é uma cidade que deixa uma sensação meio estranha: estávamos em pleno centro financeiro e comercial da cidade, e as ruas desertas, tanto de carros como de pedestres. É muito estranho!