Grécia - de Igoumenitsa a Alexandropolis
15 de maio de 2011
As 18 horas a bordo do ferry entre a Italia e a Grécia foram excelentes para três coisas: Comer, ler e dormir, (não necessariamente nessa ordem).
Fui acordado na minha confortável cabine às 5:30 da manhã pois o navio atracaria 30 minutos depois. Nessas naves, as motos são colocadas em um canto onde não incomodem e onde tampouco ocupam espaço reservado aos carros e caminhões.
Nesta oportunidade, fui obrigado a deixar a moto no fundo do porão de estacionamento do navio o que me obrigou a esperar uns 30 minutos até que a via pudesse ser liberada para minha moto.
Aproveitei para socializar com dois casais de Veneza que devem passar alguns dias percorrendo a Grécia em uma GS e uma Ducatti 1100..
Minha grande surpresa veio logo à saida do ferry onde encontrei com Beppe e Rossela, um casal de amigos e parceiros de moto que vivem em Lípari, uma pequena ilha perto da Sicília. Beppe e sua mulher estavam programados para encontrar comigo e com os outros amigos em Tiblissi, na Geórgia daqui a uma semana. Na verdade, eles tiveram vontade de sair antes e resolveram se juntar a mim para a viagem até a Geórgia. Boa companhia nunca é demais.
Deixamos o porto às 7 horas da manhã pois na Grécia vigora o sistema Schengen onde não é necessário o controle de passaportes e Alfândega quando se vem de outro país europeu, que é o nosso caso.
Tomamos a Via Ignata, excelente autoestrada recentemente inaugurada que atravessa o norte da Grécia de Igoumenitsa até a fronteira com a Turquia no noroeste do país. São 710 km que podem ser percorridos a velocidades confortáveis de 130/140 km/h. A União Européia colocou uma "grana preta" pois a quantidade de túneis e viadutos é impressionante.
Há muitas placas sinalizando a presença de radares. Na verdade, não vimos nenhum radar, o que quer dizer que o dinheiro da União Européia deu só para as placas. Não sobrou nada para os radares. Melhor para nós.
Pela manhã cedo , cruzando as montanhas em quotas de 1.200, 1.300 metros, fazia um pouco frio, entre 9 e 12 graus. A temperatura foi subindo até chegar a 28 graus à tarde.
Céu azul, ar fresco batendo no rosto e o bom e velho Pink Floyd inundando meus ouvidos.....
Após 200 kms, decidi fazer um desvio de 100 kms e dar a volta por maravilhosas paisagens de montanha, ao Monte Olimpo, a residencia dos Deuses, segundo a mitologia Grega. A montanha é impressionante e os campos, cobertos de amapolas vermelhas dão o tom da primavera. Almoçamos em Tessalonica, segunda cidade da Grécia e o cardápio só poderia ser as iguarias locais.
Suvilaki, Mussaka, salada de feta, etc. Muuuito bom. Após o almoço esticamos mais uns 350 km e conseguimos um hotelzinho a uns 80 km da fronteira com a Turquia que deveremos passar amanha de manhã. Gosto de ver como minha GSA roda muito melhor quando está carregada. Mais estável, mais segura, mais confortável.
O almoço de amanhã será em Istambul. É curioso que o dia de hoje deveria ser apenas uma etapa de transferência para nos posicionar no norte da Turquia e ao longo do Mar Negro, objetivo de nossa viagem.
Na verdade, o dia de hoje foi cheio de belas estradinhas a cada escapada da autoestrada. Foi um dia agradável e cheio de experiências. Amanhã, seguramente, tem mais.