Por Marcelo ResendeDeixamos o hotel em Livingstone com destino a Kasane, na Botswana. A nossa intenção era a de passar por dentro do Zimbabwe.
Como promessa não pode ser quebrada, eu queria simplesmente ver as quedas da Victoria Falls pela parte de cima. A cachoeira é realmente impressionante. Claro que não se compara às Cataratas do Iguaçu, mas o legal é que possível caminhar próximo à parte de cima da queda. Isso, obviamente, com bastante cuidado.
Por Marcelo ResendeEram 22 horas de uma segunda-feira, início de novembro. Eu estava dando aula e percebi que havia recebido uma mensagem no celular. Em um momento de calma na sala, li a mensagem do Eduardo Wermelinger: “Quero te convidar para fazermos uma viagem de moto pela África”. Isso foi o suficiente para que os minutos se arrastassem até o final da aula e eu pudesse ligar para ele.O Eduardo já tinha feito uma viagem, também de moto, em março pelo norte da África. Agora ela queria conhecer o sul do continente e gentilmente me convidou.Pilotar na África era uma hipótese que nem passava pela minha cabeça mas, após o convite, esse sonho passou a tirar o meu sono. Isso demonstra como é real o slogan do site Rotaway: “sempre haverá novas fronteiras quando não limitarmos os nossos sonhos”.E assim tudo começou...
Quando estávamos rodando pelo Norte da Namíbia, Marcelo Resende comentou que gostaria de fazer uma fotografia de uma GS junto de um elefante para levar de recordação. Então comecei a ficar mais atento a algum elefante que estivesse posicionado de forma que me permitisse ter o ângulo suficiente para enquadrar na fotografia o animal juntamente com a motocicleta. Bom, o que a gente não faz por um amigo?! E ali estávamos prestes a sofrer um ataque deste animal com muitas toneladas. E assim foi que tudo aconteceu.
Uma nova experiência a cada quilômetro ia surgindo e estávamos mais convencidos de que a partir dali a nossa rota iria ser traçada a cada dia que antecedesse o nosso próximo destino, que também era escolhido simultaneamente com as estradas que fossemos seguir.Marcelo, um ótimo parceiro de viagem, um cara super tranquilo, que tudo está bom, e com ele não tem essa de chuva forte, tempestades, calor, frio, terrenos com pisos mais difíceis; o cara sempre muito bem humorado para o que der e vier e com a mesma sede de descobrir o que poderia nos esperar pela frente.E assim, ainda em Ghanzi, quando partimos já tínhamos duas opções de destino: seguir para o norte, onde poderíamos seguir para Naun ou, dependendo da possibilidade de acesso e havendo estrada, iríamos decidir qual seria o verdadeiro destino em uma determinada bifurcação, a uns 300 quilômetros mais a frente. E assim aconteceu...
Depois que saímos de Kang, o nosso destino era Ghanzi. Ali iríamos decidir se seguiríamos para oeste, entrando para a Namíbia na região de Okadandja ou continuaríamos em território Botsuanês, indo para Naum, na região do Chobe.Entretanto a intuição nos dizia que nas proximidades de Ghanzi, ainda teríamos muito a explorar.Seria uma busca incessante por algo desconhecido, quem sabe inexplorado por motociclistas, mas tínhamos certeza que não poderíamos deixar de seguir em frente.
Falar em deserto é associar a areia, dunas, oásis; como toda a região do Saara. Mas não é bem assim. Em regiões desérticas como a do Kalahari, encontramos muita vegetação rasteira, as savanas que o cercam, muitos arbustos espinhosos e até mesmo árvores típicas da região.O que mais me fascinava era a expectativa que cada quilômetro rodado eu poderia me deparar com uma nova surpresa, inesperada, longe de qualquer expectativa.Assim, começo a relatar aqui neste texto um pouquinho de algumas experiências.
Esperávamos encontrar algum posto de combustível, e ainda tínhamos muitos quilômetros pela frente e tentávamos evitar a noite, e nos restavam mais uns 130 km até Katima Mullilo, nosso destino. Mas naquele momento outro problema estava por começar: O OPORTUNISMO DO SER HUMANO.E diante esta circunstância, alguns valores, como confiança; respeito às decisões do outro, ainda que divergentes às que seriam as suas; a oportunidade de aprender e reafirmar valores.Por Eduardo Wermelinger & Marcelo Resende
Parece até estranho em falarmos de sede na África com grandes quantidades de nascentes, rios e muitas cachoeiras. Não quero entrar no mérito se a água do planeta um dia irá acabar ou não, mas apenas relatar o que pude presenciar em determinados locais, o quanto á água é sagrada.
Para descrever esta experiência é muito difícil encontrar um ponto por onde começar a falar sobre as surpresas da região e do povo simpático e acolhedor.Quando saímos do Brasil, tínhamos um roteiro planejado mediante algumas dicas que amigos foram nos repassando das regiões a serem visitadas. Naquele instante, percebi que havia muito desencontro de informações, principalmente quanto às estradas e acessos. Quero nesta oportunidade agradecer aos amigos que foram super solícitos em nos ajudar a montar esta viagem, mas havia algo que não convergia para aquilo que buscávamos. Não queríamos apenas estar sobre o asfalto conhecendo as estruturas preparadas para os turistas.Queríamos algo mais: conhecer e vivenciar um pouco da cultura de cada região da Botswana.
Motores ligados, logística ajustada aos diferentes habitat, muito repelente, máquinas fotográficas, iPod com muita música da região africana para aumentar o clima, e lógico, sem dispensar os blues, rock 'n' roll, jazz, músicas clássicas de Bach, etc... e o coração no ritmo da emoção de mais uma viagem.Veja algumas alterações de última hora no roteiro desta viagem que começou. Pedimos um pouquinho de paciência aos amigos para que aguardem nossas postagens, afinal, telefone só o de satélite que estamos levando. Internet? Muito difícil, por enquanto.Vamos lá, embarque conosco...
Um texto e uma experiência que traduz muitas vezes o que sentimos quando pegamos uma estrada e deixamos para traz, mesmo por dias ou semanas, as pessoas que mais amamos. E este sentimento se repete a cada partida. Depois de toda bagagem arrumada, os itens conferido, aí você começa olhar as coisas ao seu redor, e por mais que sua viagem não seja tão longa assim, mas da mesma forma que a sua emoção está à flor de pele para descoberta de novos destinos, na mesma proporção, o coração fica apertado antes de cada partida.