É sempre igual, planejamos uma viagem durante meses, começamos a separar o material uma semana antes para ter certeza que não esquecemos nada e, no fim, algo acontece e acabamos por fazer as malas na correria só para nos darmos conta no dia seguinte, já em viagem, que, mais uma vez, trouxemos bagagem demais!
As 18 horas a bordo do ferry entre a Italia e a Grécia foram excelentes para três coisas: Comer, ler e dormir, (não necessariamente nessa ordem).
A passagem da fronteira entre a Grécia e a Turquia foi irritantemente fácil. Nada para contar! Em geral as passagens de fronteiras rendem boas histórias.
Depois de uma noite bem dormida em um hotel confortável, ligamos as motos pontualmente às 9 hs da manhã. Deixando Istambul na hora do “rush”, tive uma roçada com um carro que me ultrapassava pela direita. A coisa foi tão suave que quase nem percebi.
Bem, uma notícia para todos nós: O Mar Negro é verde. Assim como a Mesquita Azul, que é cinza, e o Rio Danúbio que é marrom e não azul como diz a valsa. O Mar Negro deve ter esse nome por qualquer outra razão.(sua profundidade, me parece)
Deixamos a simpática cidadezinha com nome de xarope para avançar em direção leste ao longo no nosso Mar-Tema desta viagem.
Como teríamos uma etapa mais curta no dia de hoje, depois de nos presentearmos com um hotel 5 estrelas por um preço de 3, utilizamos a manhã de sol em Trabzon, cidade absolutamente dinâmica e intensa com muita gente nas ruas em função do feriadão de 4 dias, para tentar organizarmos os bilhetes do ferry que tomaremos para a Rússia no retorno da Geórgia e da Armênia.
Batumi, sempre às margens do Mar Negro, na Geórgia, uma cidade de veraneio para as elites do então “império” da União Soviética, tem em sua arquitetura o ponto alto de sua atratividade e beleza.
Aproveitamos o domingo de sol em Tiblissi para “turistar” pelas ruas da capital da Geórgia. É uma cidade interessante, onde se cruzam as épocas na história.
Nossa chegada à capital da Armênia foi uma grande surpresa. A exemplo de Tiblissi, esperávamos uma cidade deteriorada pelos muitos anos de regime comunista porém, encontramos uma cidade moderna, organizada e muito verde.
Hoje deixamos Yerevan para retornar à Turquia de onde deveremos tomar nosso ferry em Trabzon para a Rússia.
Passamos uma noite confortável no pequeno e único hotel desta minúscula cidadezinha no Nordeste da Turquia e decidimos fazer a rota para Trabzon onde temos que pegar o ferry para a Rússia dia 27 à noite.
O episódio do ferry e as 14 horas que passamos dentro do navio (?), dão material para um capitulo à parte nos relatos desta divertida viagem. Como já contei antes, passei meses perseguindo informação sobre esse (maldito) ferry de Trabzon, importante cidade no nordeste da Turquia e Sochi, no Cáucaso russo.
O lugar que decidi fechar o dia para pernoite é Gelendzik, uma animada cidadezinha de veraneio para as elites russas, com seu passeio ao longo da praia e seus jardins bem organizados de onde se notam belas fontes de água e uma limpeza irretocável. Bem que poderia ser a frente de mar de Fort Lauderdale, Atlantic City, ou qualquer outro lugar nos Estados Unidos.
Yalta é realmente uma linda cidade. Localizada em um pequeno espaço de terra, espremida entre mar e montanha, o seu Passeio Marítimo é bem organizado e harmonioso.
Uma das coisas mais extraordinárias na viagem de moto é a expectativa de cada dia. Por mais que você planeje sua viagem, sempre haverão imprevistos e situações onde você deverá se desenvolver em completa improvisação.
Depois de toda a adrenalina vivida na Moldavia e na tal de "TransSinistra", comecei a sentir o cansaço na chegada à fronteira da Romênia.
Passei a noite em uma pequena pousada nos arredores de Viena. Tinha feito no dia anterior 800 kms, incluindo 300 na difícil Romênia e estava muito cansado para entrar no transito da bela Viena.